(Ebook) Memórias do Brasil 1959 : discursos de Juscelino Kubitschek. by Senado Federal do Brasil ISBN 9786556762036, 6556762032
Este quarto volume dos discursos de Juscelino Kubitschek é uma realização do Memorial JK e integra a coletânea dos pronunciamentos do presidente, no exercício do seu mandato – 1956/1960. Um projeto iniciado em 2019 e que será concluído em 2022, com a publicação dos cinco volumes, em parceria com o Conselho Editorial do Senado Federal. APRESENTAÇÃO Chegamos ao quarto volume, e penúltimo, da coletânea de discursos do presidente Juscelino Kubitschek. Uma história que começou em 2019 e hoje comemoramos com o sentimento do dever cumprido e a alegria de poder mostrar ao Brasil que a vontade política de um líder pode transformar um país e melhorar a vida das pessoas.Aqui estão reunidos todos os pronunciamentos de JK proferidos no ano de 1959. Pronunciamentos que traduzem as grandes conquistas do seu Plano de Metas e também as tensões políticas do ano pré-eleitoral e as adversidades econômicas da conjuntura internacional.Como um equilibrista, JK atravessou 1959 mediando relações políticas e econômicas capazes de dar sustentação às grandes obras em execução. Com tristeza, se despediu do companheiro de luta Bernardo Sayão e, com orgulho, inaugurou a Belém-Brasília, a obra iniciada pelo grande engenheiro.Com tenacidade e coragem, enfrentou a rebeldia dos oficiais de Jacarecanga e os violentos ataques dos adversários políticos. Prosseguiu governando democraticamente e acompanhando o grande canteiro de obras que foi o Brasil da era JK.Em 1959, o Brasil tinha 70 milhões de habitantes e o país, assim como toda a América Latina, ainda vivia em condições de subdesenvolvimento. Por isso mesmo, a celebração dos avanços do primeiro ano da Operação PanAmericana foi tratada com grande atenção. Afinal, nela estavam as esperanças de desenvolvimento econômico do Brasil e dos países vizinhos.Sobre os investimentos aplicados em Três Marias, Furnas, Usiminas, Cosipa, nas indústrias automobilística e naval, na Sudene, nos reservatórios de Orós e Araras, Brasília e tantos mais, ele falou: “A parte mais difícil do programa de metas já foi realizada. Hoje o investimento exigido (...) representa apenas 4 a 6% do produto nacional bruto.”Sábio e humano, JK comemorou o 1º de Maio de 1959 em Brasília, junto aos trabalhadores que ajudavam a erguer a nova capital. Em seu pronunciamento à nação, ele disse: “O que se faz em Brasília é um reflexo do que se passa por todo o país. Brasília só foi possível pelo adiantamento da nossa técnica, pelo aperfeiçoamento do nível de vosso trabalho, pelo desejo patriótico de livrar o Brasil do subdesenvolvimento.”Este é JK, o presidente que fez o Brasil moderno. O governante que honrou a Constituição e as regras democráticas. O estadista que soube dialogar e mediar. O desbravador que interiorizou o país e abriu nossas fronteiras internas. O homem que soube amar e respeitar seu povo. Tudo isso, e muito mais, está nas páginas deste livro que o Memorial JK e o Conselho Editorial do Senado Federal têm a honra de apresentar. Boa leitura! Anna Christina Kubitschek Pereira Presidente do Memorial JK. PREFÁCIO 1 Memorial JK. Memórias do Brasil, 1959, discursos de Juscelino Kubitschek. Edições do Senado Federal. P. 110. “Semente é Brasília, semente é o rio da unidade nacional, o São Francisco, sementes são as obras capitais que estamos executando a duras penas. Os que esperam que, mal se esconde no seio da gleba a semente, possa o fruto ser colhido, parecem desconhecer as próprias leis mais elementares da natureza. Mas que aguardem um pouco, e verão o que produzirá a riqueza que vai jorrar dêsses atos criadores, dessas obras libertadoras que estamos concluindo.”1 O governo de Juscelino Kubitschek fez-se acompanhar por um imaginário que irá influenciar todos os que ousam acreditar em um projeto de desenvolvimento democrático para o Brasil. Esta coleção de discursos que chega ao seu quarto volume é uma homenagem ao idealizador de uma das épocas mais promissoras do nosso país, tempo em que as taxas de crescimento do PIB oscilavam em torno de 9% ao ano. Em 1959, Juscelino foi tensionado por adversidades que mobilizariam a sua agenda política e testariam suas convicções. Entre essas, as exigências de austeridade fiscal impostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a quem havia recorrido para financiar os déficits com o exterior, os quais lhe impediam de atender às demandas do seu plano de metas, já bastante adiantado naquele ano. Defensor intransigente da soberania brasileira e consciente da importância do plano à nossa industrialização e autonomia econômica, Juscelino não se submeteu ao fundo e, com essa resistência, angariou amplo apoio popular ao seu governo. As especulações e controvérsias sobre as eleições do ano seguinte foram também motivo para disputas sucessivas que não ajudaram o governo a enfrentar problemas como a inflação, a instabilidade cambial, a queda dos preços dos produtos primários, a recessão nos Estados Unidos e na Europa e as várias greves de trabalhadores. Revisitar essa conjuntura é um aprendizado sobre como manejar o ofício da política com coragem e determinação, sem abdicar do diálogo e da disputa pela vanguarda das ideias sobre o futuro da nação.As reflexões teóricas e práticas que emergem dessa época formam a sua convicção de que o Brasil não podia ter uma economia vinculada apenas às vantagens comparativas agrárias. A nossa soberania dependia de mudanças estruturais, como a industrialização, o domínio das novas tecnologias e a provisão de infraestruturas, principalmente energética, tanto para dar viabilidade ao desenvolvimento autossustentado quanto para fortalecer a coesão do território brasileiro. Exemplos dessa visão são as obras da barragem de Três Marias e da Usina de Furnas, a criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) e a inauguração da rodovia Belém-Brasília. Neste ano de 2022, ao lembrarmos de Juscelino, não podemos esquecer da comemoração dos 60 anos da Universidade de Brasília, idealizada por ele, Darcy Ribeiro, de quem festejamos o centenário de nascimento, e Anísio Teixeira. A UnB foi mais um dos legados revolucionários do presidente, que, com o ineditismo da sua concepção emancipatória, influenciou não só as universidades brasileiras como também as latino-americanas. Este Ano do Bicentenário da Independência encontra o Brasil às voltas com graves instabilidades políticas e desafios sociais e econômicos que nos colocam diante de um momento histórico particular, a oportunidade de recuperar o Estado e reconstruir o país, por isso recordar Juscelino e suas aspirações de democracia e soberania não são uma opção, mas uma obrigação. Macapá, 21 de março de 2022. Senador Randolfe Rodrigues Presidente do Conselho Editorial do Senado Federal QUERO AQUI - NÃO EM DEFESA PRÓPRIA OU DE MEU GOVÊRNO, MAS A BEM DA VERDADE - CONTRADITAR A PROPAGANDA QUE ATRIBUI A INFLAÇÃO, ÚNICA OU PRINCIPALMENTE, AO PROGRAMA DE METAS E À CONSTRUÇÃO DE BRASÍLIA. ÊSSES INVESTIMENTOS - QUE VISAM À INDEPENDÊNCIA ECONÔMICA E AO ENGRANDECIMENTO DO BRASIL - NÃO REPRESENTAM SENÃO UMA PARCELA DO TOTAL DAS INVERSÕES PREVISTAS NOS ORÇAMENTOS. ACONTECE, POR EXEMPLO, QUE, INDEPENDENTEMENTE DA VONTADE DO EXECUTIVO, VÁRIAS VERBAS SÃO ATRIBUÍDAS PELO CONGRESSO A PROJETOS DE REDUZIDA SIGNIFICAÇÃO ECONÔMICA, OU DE EXECUÇÃO TÃO LENTA QUE NÃO REPRESENTAM PRÀTICAMENTE NENHUMA PRODUÇÃO IMEDIATA DE BENS OU SERVIÇOS. À luz da experiência política de todos os povos, que a verdade de um governo só encontra o seu nítido e fiel espelho no julgamento espontâneo das novas gerações. Nós somos o presente e o passado; vós sois o presente e o futuro. Juscelino Kubitschek
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