(Ebook) Memórias do Brasil 1957 : discursos de Juscelino Kubitschek by Juscelino Kubitschek ISBN 9786556760087, 6556760080
Produto de uma parceria entre o Conselho Editorial do Senado Federal e o Memorial JK, este é o segundo de uma série de cinco volumes contendo os discursos proferidos por Juscelino Kubitschek (1902-1976) enquanto ocupou a Presidência da República, entre 1956 e 1960. Os cinco volumes do projeto, iniciado em 2019 e que será concluído em 2021, compõem a coletânea Memórias do Brasil, em cujo segundo volume figuram os discursos escritos por Juscelino Kubitschek em 1957, quando percorreu o País detalhando as primeiras conquistas do seu Plano de Metas, ao mesmo tempo em que convocava os brasileiros a saírem do litoral a fim de ocuparem o imenso interior do território nacional. Segundo Anna Christina Kubitschek Pereira, presidente do Memorial JK, ao longo da coletânea o leitor encontra “a visão do presidente que, em seu primeiro ano de governo, pensou e buscou soluções estratégicas para a Amazônia e o Nordeste, dialogou com o Congresso, as Forças Armadas, o STF e a Igreja, homenageou as cidades de Norte a Sul e soube entender, como poucos, os problemas nacionais, sempre com uma visão otimista, em busca do entendimento, da conciliação e da razão”. Sem dúvida, a compilação dos discursos de Juscelino Kubitschek é registro vivo de um dos mais férteis e efervescentes períodos da história da República.Este segundo volume dos discursos de Juscelino Kubitschek é umarealização do Memorial JK e integra a coletânea dos pronunciamentosdo presidente, no exercício do seu mandato - 1956/1960. Um projetoiniciado em 2019 e que será concluído em 2021, com a publicação doscinco volumes, em parceria com o Conselho Editorial do Senado Federal. APRESENTAÇÃO É com imensa alegria que apresentamos o segundo volume da coletânea com osdiscursos do presidente Juscelino Kubitschek, proferidos ao longo do seu mandato(1956/1960). Um projeto criado e realizado pelo Memorial JK e publicado pela Gráficado Senado.Planejada em cinco volumes, a coletânea Memórias do Brasil lança, nesta edição, osdiscursos de Juscelino Kubitschek - 1957, período em que o presidente percorreu anação, detalhando as primeiras conquistas do seu Plano de Metas, ao mesmo tempoem que convoca os brasileiros a sair do litoral, para conquistar as imensas e ricasterras do interior do país.Sua meta de interiorização visava à integração do Norte ao Sul, do Leste ao Oeste,abrindo oportunidades de trabalho, riqueza e renda a todos os brasileiros que,até então, viviam apartados em suas regiões, apesar de falarem a mesma língua eintegrarem a mesma nação.Atento às carências e necessidades dos brasileiros de todos os rincões, JK buscouna Constituição as melhores referências de cidadania, direitos e liberdade, parapromover a grande transformação econômica da história nacional.Seu Plano de Metas visava energia elétrica para a industrialização, indústrias parageração de empregos, estradas para distribuição da produção, integração do país,educação para o desenvolvimento social, respeito aos municípios para um maiorentendimento dos problemas nacionais, paixão pela cultura e arte, para a libertaçãodos espíritos humanos.Homem afeito ao diálogo e ao entendimento, praticou também o respeito aosadversários, vistos e compreendidos como bons alertas aos possíveis desvios ouincorreções humanas.É com muito orgulho e gratidão que apresentamos mais um capítulo da históriade Juscelino Kubitschek, o presidente que soube amar os brasileiros e com elesconstruir um dos momentos mais belos da vida nacional. Anna Christina Kubitschek PereiraPresidente do Memorial JK PREFÁCIO Prosseguir a publicação do segundo volume de discursos do presidente JuscelinoKubitschek representa uma viagem ao tempo político onde o início de Brasíliatraduzia as esperanças e a perspectiva de um país mais integrado e menos desigualno seu desenvolvimento. Lúcio Costa, à época, em resposta às críticas oposicionistas,quebrou sua habitual discrição e afirmou publicamente que não se tratava deconstruir “uma capital de província, mas a nova capital de um país que aindaserá uma grande nação”. O ano de 1957 assistiu um presidente iniciar uma obramonumental que muitas décadas depois receberia a emocionante distinção dePatrimônio Cultural da Humanidade.O Brasil de 1957 não sabia que no ano seguinte levaria a Jules Rimet, com umagoleada de 5 a 2 na anfitriã Suécia. Nesse ano, porém, nossa seleção contou comum jovem integrante da seleção brasileira chamado Pelé, que viria distinguida nomundial de futebol com a chuteira de prata e o título de melhor jogador jovem domundo. Havia um ambiente no Brasil que sugeria estarmos prontos para finalmentesuperar os traumas de duas guerras mundiais e de uma ditadura, de que era possíveldeixarmos de ser uma nação colonizável e que a democracia constituía o únicoregime “compatível com a dignidade da pessoa humana”.Como senador do Amapá, recordo a visita do presidente Kubitschek ao então TerritórioFederal, que representou um grande passo para a efetiva integração nacional deuma região que fora no início do século XX, motivo de tensões e confrontos armadoscom a França, o que nos levou a estender a disputa à mediação internacional naSuíça, onde, o vitorioso povo amapaense, assegurou a soberania brasileira sobrea região do Contestado. A inauguração do Porto de Santana permitiu a atracaçãode navios de grande calado, assegurando a rota internacional de escoamento domanganês do rio Amapari, mineral que viria a ser explorado por concessão federalpela ICOMI por quase meio século.O desejo de fazer deste país uma Nação, tão laborado incansavelmente por JK, obriganos a refletir sobre 57, para reelaborar um país que se encontra, hoje, constrangidoa um cenário hostil, onde observamos preocupados uma atmosfera de desprezo aosvalores de respeito e proteção à vida em meio a uma gravíssima pandemia viral. OBrasil de 2020 precisa ler Juscelino e, urgente, impõe-se escutá-lo sobre os desafiosestruturais que enfrentaria seu projeto desenvolvimentista naquele longínquo 1957.“Tempos difíceis por muitos modos, em que tanto os problemas de ordem material,como os de ordem espiritual, surgem a pedir soluções novas e imediatas”, assimrefletia o presidente o desafio a que propusera enfrentar. Quando a pandemia de Gripe Asiática surgiu, e levou a morte 3 milhões de pessoasno mundo, o ser humano, o médico e o desenvolvimentista Juscelino Kubitschek nãose omitiu, não açulou sectarismos civis e militares contra a Constituição Federal, nãoconstrangeu o Supremo Tribunal Federal, não tergiversou sobre o papel históricoda Presidência da República de proteger as fronteiras nacionais e a população aocontágio de um vírus mortal, que já enlutara tantas famílias brasileiras na GripeEpidêmica de 1918, sem distinção de credo, profissão e classe social. E agiu comenergia e solidariedade, abrindo o Tesouro Nacional à importação de vacinas,fortalecendo o Ministério da Saúde mediante o apoio da Organização PanAmericana da Saúde e da Organização Mundial da Saúde, provendo a instituiçãosuporte técnico, informações atualizadas e precisas que permitissem com segura eeficácia o enfrentamento da pandemia em solo brasileiro.Quando lemos seu discurso nesse momento grave, transparecem íntegras eatuantes as três dimensões da personalidade jusceliniana, que antes citei, as quaisamalgamam uma quarta, a do Juscelino estadista. Diz ele, sereno e determinado, asmedidas destinadas a proteger os brasileiros e as brasileiras de uma virose mortalque em breve invadiria o continente latino-americano, preparando assim o paíscom antecedência para a luta, com a articulação das instituições do Executivo parao planejamento e execução de ações que garantissem ao Brasil o menor sofrimentoda população e estatísticas de mortalidade as menores possíveis, ao modo de umgrande momento de união nacional: “Decidi convocar os meus auxiliares diretos e,em reunião de ministros e assessores técnicos, em que cada um traga a contribuiçãodos serviços especializados, encetar o que chamarei a mobilização médico-sanitáriapara a defesa das populações, nesta conjuntura, que, não devendo causar maioresalarmes à coletividade, todavia exige dos poderes públicos e, à frente destes, dochefe do Estado, a vigilância, o cuidado e a atenção de todos os momentos - poisna verdade não há minuto a perder, quando se trata da saúde, das condições detrabalho e do bem-estar do povo brasileiro”.Tínhamos em Juscelino um presidente que liderava o Brasil, um presidente quenão se escondia do Brasil, nem o Brasil dele. Juscelino Kubitschek foi homem queamava e conhecia o Brasil profundo, disposição que sempre deixava transparecernas suas andanças pelo interior, na sua índole acolhedora de bom católico mineiro,na capacidade de ouvir as gentes em seus protestos contra a extrema pobreza emque viviam e, principalmente, a partir do respeito aos interesses populares, dar asrespostas que fizessem do Brasil um país sem ódios, conciliado e desenvolvido.Macapá, 18 de maio de 2020. Senador Randolfe Rodrigues Presidente do Conselho Editorial do Senado Federal SOMOS UMA NAÇÃO EM FRANCO DESENVOLVIMENTO, COMUMA POPULAÇÃO DE 65 MILHÕES DE HABITANTES; MASNÃO DEVEMOS PENSAR SÒMENTE NO QUE SOMOS, E SIM,TAMBÉM, NO QUE SEREMOS NO FUTURO, PELA FÔRÇADE NOSSAS RIQUEZAS EM EXPANSÃO, PELA CAPACIDADEDO TRABALHO DE NOSSO POVO E POR UM CRESCIMENTODEMOGRÁFICO DE ÍNDICES EXTRAORDINÁRIOS. TUDOISTO NOS OBRIGA A ESTAR ATENTOS À POLÍTICAINTERNACIONAL. E, NA QUALIDADE DE AMIGOS QUEEMPREENDERAM A MESMA JORNADA, QUEREMOS SERINFORMADOS E OUVIDOS SÔBRE O QUE SE PASSA. A marcha para o oeste, para a ocupação do imensurável e atéaqui vazio interior do nosso território, vem sendo levada aefeito heròicamente. Êste é um esfôrço do bem compreendidonacionalismo que nos anima, nacionalismo que consiste emdesenvolver, enriquecer e tornar respeitado o Brasil. Juscelino Kubitschek
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